segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Postura interdisciplinar no ofício de professor

A interdisciplinaridade oferece uma nova postura diante do conhecimento,uma mudança de atitude em busca do contexto do conhecimento, em busca do ser como pessoa integral. A interdisciplinaridade visa garantir a construção de um conhecimento globalizante, rompendo com os limites das disciplinas. Para isso, será preciso, como propõe Ivani Fazenda, “uma postura interdisciplinar”, que nada mais é do que uma atitude de busca, de inclusão, de acordo e de sintonia diante do conhecimento.

Todos ganham com a interdisciplinaridade. Os alunos, porque aprendem a trabalhar em grupo, habituam-se a essa experiência de aprendizagem grupal e melhoram a interação com os colegas.Os professores, porque se veem compelidos pelos próprios alunos, a ampliar os conhecimentos de outras áreas; têm menos problemas de disciplina e melhoram a interação com os colegas de trabalho. A escola porque a sua proposta pedagógica é executada de maneira ágil e eficiente; tem menos problemas com disciplina e os alunos passam a estabelecer um relacionamento de colaboração e parceria com o pessoal da equipe escolar, assim como, com a comunidade onde está inserida a escola.

A metodologia do trabalho interdisciplinar supõe atitude e método , envolvendo integração de conteúdos; passando de uma percepção fragmentária para uma concepção unitária do conhecimento; superando a dicotomia entre ensino e pesquisa, ponderando sobre o estudo e a pesquisa, a partir do apoio das diversas ciências. Além disso, o ensino-aprendizagem é centrado no olhar de que aprendemos ao longo de toda a vida (educação continuada). Articular saber, informação, experiência, meio ambiente, escola, comunidade etc., tornou-se, atualmente, o objetivo da interdisciplinaridade que se manifesta, por um fazer coletivo e solidário na organização da escola.

Na aprendizagem, o professor é o norte que ajuda o aluno a descobrir, a reconstruir e a posicionar-se frente ao conhecimento. No processo de aprendizagem o aluno não constrói sozinho o conhecimento, essa construção é feita continuamente com outros e na interação com os outros. As práticas pedagógicas em sala aula devem exceder uma visão fragmentada e descontextualizada do ensino, tornando as aprendizagens significativas.
Os cinco princípios que subsidiam a prática docente interdisciplinar, de acordo com Ivani Fazenda são: humildade, espera, respeito, coerência e desapego.

Humildade ante a limitação do próprio saber, perplexidade ante a possibilidade de desvendar novos saberes- é reconhecer limitações e ter coragem para superá-las; Espera é tempo de escuta desapegada (ante os atos não consumados); Respeito por si e pelas pessoas; Coerência entre o que digo e o que faço; Desapego das certezas, buscando no compartilhamento com o outro novas possibilidades do agir e do pensar. Finalizando, a atitude de reciprocidade é a que conduz à troca, que induz ao diálogo com pares idênticos, com pares anônimos ou consigo mesmo.

A efetivação do processo de envolvimento do educador em um trabalho interdisciplinar, mesmo que sua formação tenha sido fragmentada é realizado através da interação professor/aluno , professor/professor, pois a educação só tem sentido no encontro.
“Se há interdisciplinaridade, há encontro, e a educação só tem sentido no encontro. A educação só tem sentido na “mutualidade”, numa relação educador-educando em que haja reciprocidade, amizade e respeito mútuo”. (Fazenda, Ivani. Interdisciplinaridade: qual o sentido?)

Amélia Hamze
Profª FEB/CETEC
FISO/ISEB-Barretos

Fonte: Canal do Educador

Interdisciplinaridade: o que é isso?


Fonte: http://www.unb.br/ppgec/dissertacoes/proposicoes/proposicao_jairocarlos.pdf

Interdisciplinaridade

Que se entende por interdisciplinaridade? Como se dá nossa relação com o mundo social, natural e cultural? Esta relação se dá fragmentada, de tal modo que cada fenômeno observado ou vivido é entendido ou percebido como fato isolado? Ou essa relação se dá de forma global, entendendo que cada fenômeno observado ou vivido está inserido numa rede de relações que lhe dá sentido e significado. Enfim como se dá o conhecimento? E como se realiza um fazer docente pautado no conceito de interdisciplinaridade?

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio – Parecer CEB/CNB no. 15/98, instituídas pela Resolução nº. 4/98, entre outras disposições, determinam que os currículos se organizem em áreas – “a base nacional comum dos currículos do ensino médio será organizada em áreas de conhecimento” – estruturadas pelos princípios pedagógicos da interdisciplinaridade, da contextualização, da identidade, da diversidade e autonomia, redefinindo, de modo radical, a forma como têm sido realizadas a seleção e organização de conteúdos e a definição de metodologias nas escolas em nosso país.

Foram organizadas e propostas três áreas curriculares: Linguagens e Códigos e suas tecnologias, Ciências da Natureza e Matemática e suas tecnologias e Ciências Humanas, Filosofia e suas tecnologias.

Entre os princípios pedagógicos que estruturam as áreas de conhecimento destaca-se como eixo articulador, a interdisplinaridade. Para observância da interdisciplinaridade é preciso entender que as disciplinas escolares resultam de recortes e seleções arbitrários, historicamente constituídos, expressões de interesses e relações de poder que ressaltam, ocultam ou negam saberes.

E mais: alguns campos de saber são privilegiados em sua representação como disciplinas escolares e outros não. Historicamente são valorizados determinados campos do conhecimento escolar, sob o argumento de que se mostram úteis para resolver problemas de dia a dia. A forma de inserção e abordagem das disciplinas num currículo escolar é em si mesma indicadora de uma opção pedagógica de e propiciar ao aluno a construção de um conhecimento fragmentário ou orgânico e significativo, quanto à compreensão dos fenômenos naturais, sociais e culturais.

O desenvolvimento das ciências e os avanços da tecnologia, no século XX, constataram que o sujeito pesquisador interfere no objeto pesquisado, que não há neutralidade no conhecimento, que a consciência da realidade se constrói num processo de interpenetração dos diferentes campos do saber.

Ao sistematizar o ensino do conhecimento, os currículos escolares ainda se estruturam fragmentadamente e muitas vezes seus conteúdos são de pouca relevância para os alunos, que não veem neles um sentido.

É importante deixar claro que a prática docente, ao adotar a interdisplinaridade como metodologia no desenvolvimento do currículo escolar, não significa o abandono das disciplinas nem supõe para o professor uma “pluriespecialização” bem difícil de se imaginar, com o risco do sincretismo e da superficialidade. Para maior consciência da realidade, para que os fenômenos complexos sejam observados, vistos, entendidos e descritos torna-se cada vez mais importante a confrontação de olhares plurais na observação da situação de aprendizagem. Daí a necessidade de um trabalho de equipe realmente pluridisciplinar.

A contextualização, outro princípio pedagógico que rege a articulação das disciplinas escolares, não deve ser entendida como uma proposta de esvaziamento, como uma proposta redutora do processo ensino aprendizagem, circunscrevendo-o ao que está no redor imediato do aluno, suas experiências e vivências. Um trabalho contextualizado parte do saber dos alunos para desenvolver competências que venham a ampliar este saber inicial. Um saber que situe os alunos num campo mais amplo de conhecimentos, de modo que possam efetivamente se integrar na sociedade, atuando, interagindo e interferindo sobre ela.

Os princípios da identidade, diversidade e autonomia redefinem a relação a ser mantida entre os sistemas de ensino e as escolas. Essa proposta não deve ser entendida como ausência ou omissão do Estado. Ao contrário, a identidade e a autonomia das escolas são exercidas no contexto constituído por diretrizes gerais de ação e assessoramento à implantação das políticas educacionais, o que exige dos sistemas educacionais (federal, estaduais ou municipais), para que a autonomia não se configure como descaso ou abandono, a definição de diretrizes de uma política educacional que reflita as necessidades e demandas do sistema, em consonância com as Diretrizes Nacionais e a estruturação de mecanismos de supervisão / assessoramento, acompanhamento e avaliação dos resultados do desempenho das escolas.

É importante ressaltar que essa autonomia implica em planejamento conjunto e integrado da escola, expressão de um compromisso tácito entre os agentes envolvidos sobre objetivos compartilhados, considerando a especificidade, as necessidades e as demandas de seu corpo docente e discente, criando expressão própria e local ao disposto na base nacional comum.

Esses pressupostos justificam e esclarecem a opção pela organização do currículo em áreas que congregam disciplinas com objetos comuns de estudo, capazes, portanto de estabelecer um diálogo produtivo do ponto de vista do trabalho pedagógico, e que podem estabelecer também um diálogo entre si enquanto áreas.

Ao ser mantida uma disciplinarização, existente ainda nos currículos escolares, a organização da escola se mantém inflexível, o que dificulta uma prática docente mais articulada e significativa para os alunos. As aulas se sucedem de acordo com uma “grade” curricular em tempos sucessivos, tratando de temas dissociados um dos outros.

Várias iniciativas de articulação dos conhecimentos escolares têm sido realizadas. Um dos modelos de integração disciplinar é a multidisciplinaridade: o mesmo tema é tratado por diferentes disciplinas, em um planejamento integrado. Outro método de trabalho didático é aquele em que o currículo se constitui ou se desenvolve em uma série de projetos que problematizam temas da sociedade, que tenham interesse para o grupo.

Uma articulação possível é a de diversos campos de conhecimento, a partir de eixos conceituais. Uma metodologia importante de trabalho didático é a que se dá através de conceitos, como tempo, espaço, dinâmica das transformações sociais, a consciência da complexidade humana e da ética nas relações, a importância da preservação ambiental, o conhecimento básico das condições para o exercício pleno da cidadania. A articulação do currículo a partir de conceitos-chave, sem dúvida, dá uma organicidade ao planejamento curricular.

É necessário um planejamento conjunto que possibilite a eleição de um eixo integrador, que pode ser um objeto de conhecimento, um projeto de intervenção e, principalmente, o desenvolvimento de uma compreensão da realidade sob a ótica da globalidade e da complexidade, uma perspectiva holística da realidade.

* * *

É um tema complexo, a interdisciplinadade. Talvez, mais afeito a professores e professoras em sua tarefa docente. Cremos que sim, mas não exclusivamente. Interdisciplinaridade se realiza como uma forma de ver e sentir o mundo. De estar no mundo. Se formos capazes de perceber, de entender as múltiplas implicações que se realizam, ao analisar um acontecimento, um aspecto da natureza, isto é, o fenômeno dimensão social, natural ou cultural... . Somos capazes de ver e entender o mundo de forma holística, em sua rede infinita de relações, em sua complexidade. Você concorda com as ideias contidas no texto? Como aluno, como mãe ou pai, como professora ou professor você considera viável transpor para a prática os princípios pedagógicos acima apresentados? Os desafios atuais do mundo nos levam a uma nova estrutura de pensamento? Dê sua opinião, dialogue conosco!

Fonte: Fundação Darcy Ribeiro

domingo, 23 de agosto de 2009

Filmes Matemática

Muitas vezes nos perguntamos quais filmes podemos passar para os alunos nas aulas de Matemática. Parece complicado encontrar um filme adequado, que fale sobre Matemática.

Fazendo o módulo TV e Vídeo (pós-graduação Mídias na Educação - Ciclo Intermediário - UFSM) deparei-me com o tema "Educação Audiovisual e Currículo" - enfoque principal: televisão e vídeo. Uma das atividades propostas, era fazer uma reflexão sobre minha formação audiovisual como educador e participar de um fórum dentro do curso. Lendo o fórum, observei que outros colegas de minha área (Matemática e Física) tinham as mesmas dificuldades que eu: encontrar filmes que abordassem o assunto Matemática. Então resolvi pesquisar um pouco sobre o assunto e saiu a lista de filmes a seguir. Agora resta assisti-los, ver que conteúdos abordam e de que maneira podemos utilizá-los em nossas aulas!

OBS.: Estou aceitando dicas de como utilizar esses (ou outros) filmes nas aulas!!!


Mas antes da lista deixo aqui uma frase que AMEI para reflexão dos professores de Matemática (principalmente):

"Porém, não podemos esquecer que a Matemática contribui para formação de cidadãos e, como tal, passar um filme que possa auxiliar nosso aluno na vida prática pode ser em qualquer área."
(Ieda Margarete Teixeira Alvares)




- A Ilha (The Island)
- A Lenda do Tesouro Perdido - O Livro dos Segredos (National Treasure: The Book of Secrets)
- A prova (Proof)
- Além do Tempo (Infinity)
- Alice no País das Maravihas
- Anjos Rebeldes (The Prophecy)
- As Patricinhas de Beverly Hills (Clueless)
- As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides)
- Caos (Chaos) - 2006
- Cassino Royale
- Clube dos Pilantras (Caddyshack)
- Código de Alerta (The Code Conspiracy)
- Contato (Contact)
- Corra Lola, Corra (Run Lola Run)
- Correndo com Tesouras (Running with Scissors)
- Croupier - A Vida em Jogo (Croupier)
- Cubo
- Cubo 2: Hipercubo
- Dias Incríveis (Old School)
- Dimensions
- Duro de Matar - A Vingança (Die Hard With a Vengeance)
- Endiabrado (Bedazzled)
- Enigma (2001)
- Esta é Minha Chance (It's My Turn)
- Fim dos Tempos (The Happening)
- Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road)
- Gênio Indomável (Good Will Hunting)
- Jane Eyre (2006)
- Madrugada Muito Louca (Harold & Kumar Go to White Castle)
- Meninas Malvadas (Mean Girls)
- Missão Impossível 3 (Mission Impossible III)
- Mistério na Neve (Smilla's Sense of Snow)
- Mr. Holland - Adorável Professor (Mr. Holland's Opus)
- Náufrago (Cast Away)
- Numb3rs
- O Céu de Outubro (October Sky)
- O Código Da Vinci (The Da Vinci Code)
- O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo)
- O Espelho Tem Duas Faces (The Mirror has two Faces)
- O mágico de Oz (The Wizard of Oz (1939)
- O Pai Da Noiva (Father Of The Bride)
- O Preço do Desafio (Stand and Deliver)
- O Quarto de Fermat
- O Santo (The Saint)
- Os Crimes de Oxford (The Oxford Murders)
- Palácio de Ilusões (Mansfield Park)
- Parque dos Dinossauros (Jurassic park )
- Pequenos Grandes Astros (Like Mike)
- PI
- Quebra De Sigilo (Sneakers)
- Quebrando a Banca
- Quero Ser Grande (Big)
- Segunda Chance (P.S.) (2004)
- Shrek Terceiro (Shrek the Third / Shrek 3)
- Um Amor Para Recordar (A Walk to Remember)
- Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind)
- Xuxa em Sonho de Menina


Bibliografia:
Cubo de Gelo – Matemática no Cinema
Departamento de Matemática de Harvard – Filmes de Matemática
Filmes de Cinema

sábado, 15 de agosto de 2009

Livre arbítrio, tecnologias, educação

Clayton Ribeiro 
Você deve estar pensando: o que o livre arbítrio tem a ver com as tecnologias e com a educação? Como eles se encaixam? Vou mostrar-lhe que têm tudo a ver, uma vez que pensamos fazer a coisa certa, porém nem sempre isso acontece.

O tema central da coluna deste mês está relacionado a uma questão que já se tornou um dilema no meio acadêmico: ao solicitar trabalhos aos nossos alunos – vale aqui ressaltar que os professores fazem a indicação da referência bibliográfica e determinam que os mesmos sejam entregues em meio físico (impresso na maioria das vezes) –, nossos ágeis e "espertos" alunos (aqui podemos enquadrar todos os que têm acesso à Internet e conhecem sites como o Google, a Wikipedia e/ou similares), rapidamente vão à Internet efetuar sua pesquisa. Esse é o procedimento da maioria dos alunos, a fim de obter rapidamente trabalhos prontos, acabados e que somente com a mudança na pontuação, ou com a exclusão de alguns pequenos parágrafos (muitos que fazem isso nem ao menos leem o produto final para ver se tem coerência ou sequência lógica) e, é claro, mudam o nome do autor, considerando a sua tarefa concluída. Já puderam identificar que estou falando do Copia-e-Cola, ou Ctrl+c e Ctrl+v.

Nesse caso, podemos apontar rapidamente, sem uma análise aprofundada da situação, alguns problemas sérios: primeiro, a questão do plágio; segundo, a falta de ética; e terceiro, a falta de comprometimento desses alunos com eles próprios e com seus professores.

Sendo assim, posso dizer-lhes que o livre arbítrio de nossos pupilos está levando-os a perder algumas oportunidades de crescimento, como por exemplo, a de aprender a pesquisar – isso porque somente fazer uma busca em um site para obter algo pronto e usá-lo sem a leitura de outros materiais para uma análise e comparação não constitui uma pesquisa na acepção da palavra. É preciso ler para escrever com propriedade e produzir textos coesos, como resenhas, artigos e, quem sabe, bons livros.

Aprofundando
O principal papel do educador é orientar, mostrar o caminho correto e quais as ferramentas a serem utilizadas para aprender a aprender e assim tornar-se independente – ajudar aos alunos a decidir por fazer as coisas da forma correta, o que fatalmente não ocorrerá com aqueles que continuarem utilizando-se do Ctrl+c e Ctrl+v.

Sou a favor de utilizar a Internet para pesquisas, mas ela não deve ser a única fonte. O advento da Internet é um dos maiores acontecimentos do século passado, esse espaço virtual por meio do qual podemos interagir com qualquer um, de qualquer lugar, a qualquer tempo. Ao fazermos uma analogia com essa potencialidade, podemos dizer que é um grande (ou o maior) banco de dados existente; então como não se utilizar da Internet? Seria uma ignorância não fazê-lo.

O que nós, educadores, devemos fazer ao solicitar trabalhos de pesquisa é criar mecanismos que possam avaliar ou validar a obtenção de conhecimento pelos alunos: podemos solicitar um comentário de próprio punho sobre o que foi lido juntamente com o trabalho impresso ou solicitar uma explanação à turma e ao professor do que foi absorvido do trabalho.

Podemos indicar sites específicos para se efetuar a pesquisa, solicitar uma apresentação de trabalho, com a explanação dos conteúdos e com a ilustração das fontes de pesquisa, utilizar outros recursos da Internet para auxiliar na execução pelos alunos desses trabalhos, como criar um grupo de e-mail da turma para discussão do tema, programar um chat ou, quem sabe, até um fórum de discussão. O professor pode ter um blog, onde estimula o interesse sobre o assunto a ser pesquisado, inclusive com dicas de fontes. Isso sem falar nos Ambientes Virtuais de Aprendizagem, que já são utilizados por várias instituições de ensino.

O fato é que o ambiente educacional pode e deve orientar os alunos a fazer a coisa certa do jeito certo. O professor não deve reprimir o acesso à Internet para pesquisa, mas é fundamental já ter experimentado as situações que citei para que sua estratégia dê certo quando solicitar um trabalho de pesquisa, sem medo de incluir a Internet como uma das fontes.

Fonte: Profissão Mestre

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Tecnologia Educativa e Currículo


Originalmente, em Grego, tecnologia significa arte aplicadatechnikós. O desenvolvimento da tecnologia educativa e sua ligação com o currículo escolar sofreu a influência de diferentes paradigmas, o que começou nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial. Nessa época, ela estava identificada aos meios tecnológicos em desenvolvimento. Niskier (1993, p. 40) denomina esta fase da Tecnologia Educativa de pré-científica.

Com os estudos que se desenvolveram sobre a conduta humana, sua análise e como controlá-la, a tecnologia educativa assumiu uma nova dimensão, em que se buscava planejamento de estratégias, uso de meios e controle do sistema de educação.

Três são as áreas que forneceram as bases para a tecnologia educativa: a Psicologia Experimental, o enfoque sistêmico e o desenvolvimento dos meios de comunicação.

Segundo Niskier, que também traça a evolução da tecnologia educacional, antes mesmo dos anos 70, tal visão tecnicista não deixa de ser influenciada pelo behaviorismo, que esperava, através do estímulo correto dado ao aluno, colher o resultado esperado.
A tecnologia educacional resumia-se inicialmente na utilização de meios e recursos tecnológicos audiovisuais nas atividades de instrução e treinamento. Essa utilização recorria a princípios decorrentes dos estudos experimentais sobre o comportamento humano e sobre os mecanismos capazes de condicioná-los. Delineava-se assim a teoria da eficiência ou uma tendência à eficientização, baseadas uma e outra mais em uma análise realista do comportamento humano do que em princípios filosóficos. (NISKIER, 1993: p.22)
A instrução programada nasceu nessa época, e no Brasil ela foi considerada uma pan-acéia para os problemas educacionais do País. Ela levaria o aluno a fornecer somente a resposta que era esperada, mediante estímulo adequado. Skinner e suas máquinas de ensinar tinham como base justamente os estudos realizados na área da análise experimental do comportamento humano. Os meios de comunicação eram usados como auxiliares à instrução, com a especificação de objetivos instrucionais. Entretanto, os meios passaram a ser o fim do processo educativo, e muitas críticas a este sistema começaram a surgir. O foco da tecnologia educativa resumia-se a “o que ensinar” e a “como ensinar”. E nenhuma importância era dada ao “por que educar” e “para que educar”. O utilitarismo estava em voga, mas tal concepção ainda hoje ressoa em muitas propostas relativas à implementação da introdução da tecnologia educativa.

A instrução programada não considerou, portanto, que a comunicação humana é um processo diferente da que ocorre com outros animais, tendo variáveis que dizem respeito às diferenças individuais, ao contexto sócio-cultural, às características psicológicas de cada indivíduo.

A partir de 1970 é que a tecnologia educacional ganha um enfoque sistêmico. Num contexto em que a educação se viu impelida a mudar em virtude do surgimento de uma civilização visual e auditiva, emergiu um enfoque global da educação no desenvolvimento curricular.

Os princípios básicos do enfoque sistêmico são, segundo menciona Niskier, 1993, p. 31: 

  • Determinação do objetivo final;
  • Preparação de testes sobre objetivos;
  • Identificação das habilidades de entrada ou critérios de entrada;
  • Objetivos específicos;
  • Preparação de instrumentos de avaliação;
  • Sequência;
  • Desenvolvimento de materiais;
  • Avaliação formativa e somativa;
  • Implementação;
  • Retroalimentação.
As tendências atuais no campo da Tecnologia Educativa (TE), incluem várias visões que se complementam. Entretanto, observa-se uma vertente mais baseada na perspectiva cognitivista, em abandono às diretrizes behavioristas. As causas dos processos é que passam a ter importância, e não os modos como se utilizam as tecnologias da comunicação. Assim a tecnologia educativa não mais se indaga: Como se pode utilizar a televisão educativa para massificar a educação? Mas: Quais são os aspectos da mesma que mais se sobressaem e como se pode integrá-los num programa sistemático de desenvolvimento educativo?

Há uma identificação crescente entre tecnologia educativa e didática. O objetivo desse encontro é a otimização dos processos comunicativos existentes no trabalho didático, na medida em que a tecnologia educativa almeja humanizar a educação e não o contrário – desumanizá-la pelo uso das tecnologias. 

Fonte: E-Proinfo

Módulo TV e Vídeo no Currículo Escolar: objetivos (Ciclo Intermediário)

  • Conhecer as correlações entre tecnologia, tecnologia educativa e currículo; 
  • Elaborar pensamento crítico sobre a inserção das tecnologias da informação e da comunicação no currículo escolar; 
  • Aprender sobre pedagogia de projetos e sobre metodologias de trabalho para o desenvolvimento de projetos audiovisuais educativos.

Índice do Curso Mídias Básico

MÓDULO INTRODUTÓRIO


Etapa 1
Objetivo

Atividades
- Tecnologia na minha vida
- Pesquisando
- Analisando aulas

Textos e Reflexões
- Definição Tecnologia
- Definição Mídia
- Mídia antiga e nova mídia
- Tecnologias trazem o mundo para a escola
- Outras leituras
- TV e violência: um casamento perfeito
- Professor combate uso precoce do computador
- Desafios do vídeo e da televisão à escola


Etapa 2
Objetivos

Atividades
- Refletindo sobre mudanças
- Falando sobre blogs
- Por onde começar?

Textos e Reflexões
- A educação na nova sociedade
- Tecnologia na escola: criação de redes de conhecimento
- Novas competências para ensinar
- Modernização ou mudança?
- Dez novas competências para uma profissão
- Que educação queremos?
- Situando o uso da mídia em contextos educacionais
- Tecnologias de comunicação e interação
- Os novos pensadores da educação
- A democratização do ensino exige nova linguagem de classe


Etapa 3
Objetivos

Textos e Reflexões
- Como vemos o mundo
- Refletindo relações
- Tecnologia e desafio
- Informação e comunicação na educação
- Integração tecnológica, linguagem e representação
- Integração de Mídias e a reconstrução da prática pedagógica
- Gestão de tecnologias na escola: possibilidades de uma prática democrática
- Educação, tecnologia e seus enlaces
- Integrando as tecnologias: relato de experiências
- Algumas reflexões sobre os desafios da educação em ambientes virtuais
- A linguagem da TV e a educação
- Debate: televisão e educação
- Pensando sobre televisão
- Refletindo sobre a linguagem do cinema
- Rádio na educação
- Utilização do vídeo, cd e dvd na sala de aula

Vídeos
- De onde vem a televisão


Etapa 4
Objetivos

Textos e Reflexões
- Revalorização do livro diante das novas mídias
- Pensando: antes e hoje
- A integração das tecnologias na educação
- Lousa digital, carteiras eletrônicas e animações em 3D: ferramentas da escola do futuro
- Pensando sobre a prática
- Softwares on-line tornam as aulas mais dinâmicas
- Pedagogia de projetos e integração de mídias
- Pedagogia de projetos e integração de mídias
- Aprender com o vídeo e a câmera
- Pesquisa, comunicação e aprendizagem com o computador
- Prática e formação de professores na integração de mídias
- Pensando sobre a prática 2
- O professor do futuro próximo
- Pensando sobre o futuro



MÓDULO INFORMÁTICA
Objetivo

Etapa 1 - O computador

- Tutorial Paint




MÓDULO BÁSICO TV E VÍDEO
Objetivo

Textos e Reflexões
- A Televisão
- A Televisão como vitrine
- Televisão e Escola
- A Televisão e o Vídeo na Sala de Aula
- Linguagem Televisiva
- Guia de Layout Master Scene
- Aspectos Tecnológicos da TV
Primeira Fase: Pré-produção
Segunda Fase: Produção
Terceira Fase: Pós-produção
- Alguns Roteiros
- Programa VirtualDub
- A TV Digital
- A TV Digital interativa no espaço educacional
- TV Digital amplia alternativas de inclusão social
- TV Digital e a integração das tecnologias na educação
- Vídeo - Especial - TV Digital
- Portal do Professor - Links
- Dicas Técnicas sobre operação com vídeos
- Dicas sobre as etapas de produção de um filme
- Referências


MÓDULO BÁSICO RÁDIO
Objetivos


Textos e Reflexões
- O que é Educomunicação?
- Caminhos que se cruzam: o começo
- As educativas e as comunitárias
- Esquema de um programa
- Mais um modelo de programa
- Panorama do rádio no Brasil
- Uma opinião
- Para criar uma rádio escolar
- O rádio e o trabalho do professor
- 10 motivos para levar o rádio para a escola
- Rádio Escolar
- Rádio escolar - algumas dicas
- Rádio Escolar - mais dicas
- Projeto Rádio Escolar Virtual
- Projeto Rádio na Escola I
- Projeto Rádio na Escola II
- Projeto Rádio na Escola III
- Projeto Rádio na Escola IV
- Produção de programas de Rádio Escolar
- Rádio escolar - vídeo
- Colocando em funcionamento - parte técnica
- Apresentação de um programa
- Categorias de rádio
- Links interessantes



MÓDULO BÁSICO MATERIAL IMPRESSO

Etapa 1 - Do Impresso à Hipermídia
Objetivos

- A história da escrita
- Leitores e práticas de leitura
- Leitura ouvida, vista ou falada
- Ler e escrever na cultura digital
- Muito além da internet
- A reinvenção da biblioteca
- O fim do livro e a eternidade da literatura
- A mídia impressa na Internet: hipertexto e hipermídia como novas interfaces textuais
- Hipertexto
- Hipermídia: a linguagem icônica
- Leitura e autoria em suportes digitais