Fazer um vídeo demanda tempo e principalmente dinheiro. Ao longo destes mais de 100 anos de história da imagem em movimento, foram desenvolvidas algumas fases - pré-produção; produção e pós-produção - que ordenam a arte de se construir um vídeo. A seguir daremos uma noção de cada uma:
A pré-produção compreende a elaboração do roteiro (Escaleta, Argumento, Roteiro Literário e Roteiro Técnico) , a análise técnica e a elaboração do cronograma.
ROTEIRO:
Como o próprio nome já diz, é um guia, uma rota a ser seguida. É um mapa que deve estar sempre a mão de quem está fazendo o vídeo durante todo o processo. Esta fase é muito importante pois é a partir dela que se desenrolam todas as outras. Mas lembre-se, este mapa é uma trilha, não um trilho. Durante o caminho podem ocorrer situações que farão você mudar de rumo, tenha apenas cuidado para não perder o seu objetivo. Não vamos entrar a fundo no mérito criativo do roteiro pois foge do escopo do presente trabalho, vamos apenas trabalhar uma iniciação ao tema. Quem tiver interesse no assunto pode consultar os livros da bibliografia: O poder do mito de Bill Moyers e Joseph Campbell; A jornada do escritor de Christopher Vogler; Da criação ao roteiro de Doc Comparato. Por ora vamos seguir o processo passo a passo.
ESCALETA:
Qualquer que seja o vídeo a fazer, ele começa da idéia de alguém. Anote as idéias que tiver numa folha de papel da forma que vierem, não tente filtrar nada. Simplesmente anote. Isto se chama brainstorm. Depois de terminar de gerar estas idéias é que você começa a organizar de maneira lógica o que você anotou e aí sim filtre o que for desnecessário. Arrume estas idéias com poucas palavras, apenas o suficiente para que você se lembre do que você quer escrever. Estes tópicos ordenados recebem o nome de escaleta e serão preenchidos mais adiante.
ARGUMENTO:
Com a escaleta montada, é hora de começar a preencher os espaços da mesma. Neste momento, você escreve o texto como se fosse uma redação do ensino médio. Coloque nela tudo o que você imaginou, fazendo com que um tópico chegue ao outro. Não se preocupe com outras coisas, simplesmente se concentre na descrição da cena que você está imaginando, com tudo dela, cenários, diálogos, ações, etc. e esqueça todo o resto. Este não é o momento de se preocupar com enquadramento de câmeras ou seus movimentos. Esta etapa é mais à frente no roteiro técnico. Quando terminar o argumento, você já terá um bela noção de como ficará o seu video.
ROTEIRO LITERÁRIO:
É o roteiro propriamente dito. Agora que já temos o argumento pronto, o que faremos é formatar o texto de forma que se tenha uma idéia geral de quanto tempo o video final terá. Um dos métodos mais usados é a formatação no padrão master scenes. Basicamente, ele divide o texto do argumento em cenas. O título de cada cena é dado por sua numeração, o nome do local onde ela acontece, se ela acontece dentro de um ambiente fechado (INT) ou fora deste ambiente(EXT), e o horário em que ela acontece (DIA, NOITE, AMANHECER, ETC...). Note que estas definições não fazem parte do argumento. Veja o exemplo:
PRAÇA DA ALIMENTAÇÃO DO SHOPPING / INT / DIA
Abaixo do título da cena, vem a descrição do que acontece na cena. É praticamente idêntico ao texto do argumento. Quando houver diálogos eles devem ser formatados para que a margem esquerda da folha fique sempre, no mínimo, na metade da folha. Isso serve para se ter uma noção de tempo. Desta maneira o seu texto dirá que uma folha terá aproximadamente de um a um minuto e meio de projeção.
Cristiano Flauzino escreve um pequeno texto neste link onde revela todos os detalhes da formatação de um roteiro para video e cinema.
Acesse o link do Geração Saúde, no site do TV Escola, e clique no botão azul em cima e a esquerda " Episódios", e em seguida no botão azul embaixo e a direita “roteiros ilustrados” e leia os roteiros dos programas produzidos.
ROTEIRO TÉCNICO:
Após o roteiro literário pronto, é feito um outro documento que auxiliará na hora da gravação: o roteiro técnico. Nesta fase, é feita a decupagem, ou seja, uma divisão das cenas do roteiro em diversos planos de filmagem. Plano de filmagem nada mais é do que uma proporção do que a câmera vai colocar na tela, tendo como referencia a figura humana. Cada plano tem um nome que varia, um pouco, de autor para autor. A seguir é fornecida uma relação dos enquadramentos de câmera e uma pequena descrição de cada um deles.
GPG - Grande Plano Geral: é um plano de visão totalmente aberto. Sua função básica é descrever o cenário.
PG - Plano Geral: é um plano de visão um pouco mais fechado do que o GPG. Percebe-se as pessoas mas não se consegue reconhecê-las. Sua função básica é posicionar os personagens na cena.
PC - Plano Conjunto: é um plano de visão mais fechado que o PG. Percebe-se a pessoa, ou grupo de pessoas e já é possível reconhecê-las.
PM - Plano Médio: a altura do quadro fica do tamanho do ator. Percebe-se perfeitamente o que o personagem está fazendo.
PP - Primeiro Plano: o enquadramento é feito a partir do peito da personagem. Serve principalmente para dar uma noção do estado emocional do personagem.
PD - Plano Detalhe: como o próprio nome diz, tem a função de mostrar o detalhe de uma cena. Um olho, um relógio, etc.
ANÁLISE TÉCNICA:
De posse do roteiro literário e do roteiro técnico, é feita uma lista, cena por cena, dos materiais que serão necessários para cada uma. Aqui são levantadas basicamente as necessidades de produção para se iniciar a filmagem propriamente dita.
CRONOGRAMA:
Terminada a produção dos documentos anteriores, deve-se planejar agora o QUE e QUANDO será filmado. É feito um calendário para organizar e informar o que será filmado e em que dia.
Fonte: E-Proinfo
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