segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Que lição tirar de Dúvida?

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A mistura de drama e suspense está concorrendo a 5 Oscar e mostra que é essencial vigiar o ambiente escolar, mas sem paranoia
FILME: Dúvida, dirigido por John Patrick Shanley, com Meryl Streep e Philip Seymour Hoffman, 2008.

A HISTÓRIA: Em 1964, no bairro novaiorquino do Bronx, uma escola católica se divide entre a rigidez da diretora, irmã Aloysius Beauvier (Meryl Streep), e o carisma libertário do padre Flynn (Philip Seymour Hoffman), que também atua como professor na instituição. A partir de pistas incertas, a religiosa começa a suspeitar que ele tenha cometido abuso sexual contra um novo aluno, o primeiro negro a estudar no colégio. A dúvida entre a culpa ou inocência do padre também atinge a jovem irmã James (Amy Adams), que não consegue escolher qual dos colegas deve ajudar.

QUEM INDICA: O crítico de cinema Rubens Ewald Filho. “É uma grande polêmica. [A pedofilia] ganhou um tom mais pesado, muito dramático. No que se refere à Educação, é um filme sobre sistemas educacionais, no caso o católico tradicional. O grande momento são as cenas com a mãe do aluno [que supostamente sofreu abuso sexual], que tenta preservar a integridade do filho. É um conflito terrível que ela sofre.”

POR QUE VER: “A lição é que a escola não se realiza sem o estudante e temos muito que aprender com esses que estão chegando hoje a nossas salas de aula. Porque um dia é de um jeito e no outro ano não é o mesmo adolescente que está começando”, opina Laurindo Cisotto, assessor psicopedagógico do Ensino Médio no Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo. Ele complementa dizendo que é preciso “sair do campo coletivo e ter um olhar para as subjetividades que estão se formando. Elas estão cada vez mais presentes no espaço escolar. Já estavam, mas a norma escondia. Hoje isso está muito mais visível, apesar do preconceito.”

QUE BOM EXEMPLO TIRAR: Repare nas cenas da irmã James em sala de aula. Essa é a dica de Ascânio João Sedrez, diretor educacional do Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo. “Têm momentos em que estamos tão pessoalmente envolvidos no trabalho que a gente vai ficando irritado. Você como ser humano está ali nessa relação com adolescentes e pré-adolescentes que vão te fustigando. O cuidado e a capacidade de pedir perdão aos estudantes é algo que cria um vínculo muito significativo. Se não tenho afeto pelos estudantes, a coisa não rola, a educação não acontece”, avalia o gestor, que é mestre em Ciências da Religião.


Texto escrito por Gabriel Navarro
Fonte: Educar para Crescer

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