“Ler é mergulhar nas malhas da rede, é perder-se, é libertar-se, na medida em que a linearidade dá lugar ao hipertextual, ao móvel e flexível” (RAMAL, 2002). O hipertexto é um exemplo de texto que fugiu dos padrões e conseguiu inserir na sua constituição a hibridação; sua diferença significativa é a concepção.
A partir daqueles elos virtuais o hipernavegador pode seguir por rotas diferentes das originalmente organizadas pelo seu autor. Ou seja, os nós/elos hipertextuais diluem qualquer “contrato” supostamente firmado entre autor e leitor – como parece ocorrer nos livros convencionais – que estabeleça a chegada da viagem – leitura pelo texto eletrônico ao seu porto final.
O hipertexto concede ao leitor certas funções de autoria: a possibilidade de agregar nodos, criar conexões, utilizar filtros. O papel do autor também se expande para abranger muito mais que a simples escrita: pode assumir a apresentação e o projeto do livro, criar gráficos, produzir animações, vídeos, efeitos sonoros, fotografias ou textos orais, e determinar as diversas ações do programa.
Para Cavalcante (2004), a identidade do hipertexto virtual se dá na presença e utilização de seus constituintes internos: os nós e links. São eles que garantem a arquitetura textual assumindo um funcionamento extratextual, pois monitoram o leitor para um exterior discursivo.
Os links promovem ligações entre blocos informacionais (outros textos; fragmentos de informação: palavra; parágrafo; endereçamento) conhecidos como nós. No entanto, estes blocos não necessitam estabelecer uma relação sêmica entre si, isto é, as ligações possíveis não formam· necessariamente a tessitura daquele texto específico, mas promovem a abertura para outros textos.
Observe, por exemplo, a homepage do Portal do Professor; nela há links para vários materiais (Espaço da Aula, Jornal do Professor, Recursos Educacionais, Cursos e Materiais, Interação e Comunicação e Links). Esses links apontam para materiais diversos. Já no interior de um texto ou imagem, as conexões estabelecidas pelos links tendem a funcionar como as conhecidas notas de rodapé dos textos impressos. Num caso ou noutro, tais conexões promoverão a possibilidade de novos ingredientes que gravitem aquela tessitura.
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Fonte: Webeduc
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