O hipertexto é um documento eletrônico composto de nodos ou de unidades textuais interconectados que formam uma rede de estrutura nãolinear, por meio de links, que são as conexões feitas entre nós em um hipertexto. Os nós podem ser trechos, palavras, figuras, imagens ou sons no mesmo documento ou em outro documento hipertexto.
Formado por uma série de parágrafos conectados eletronicamente entre si e com outros textos, através de múltiplas ramificações, trajetórias e enlaces, o hipertexto permite uma conexão mais próxima entre a forma do pensamento humano e sua representação escrita.
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As palavras ressaltadas nos links desempenham a função de botões que conectam a outras fontes. Navegando entre estes nodos, o leitor vai criando suas próprias opções e trajetórias de leitura, o que rompe o domínio tradicional de um esquema rígido de leitura imposto pelo autor. Assim, o leitor tem a oportunidade de experimentar o texto, não só em um nível subjetivo de interpretação, mas também em um nível de manipulação objetiva dos elementos que o integram. A opção de modificar o conteúdo do texto, de conectá-lo a outros trabalhos prévios e as novas formas de acesso e de consulta mudam substancialmente o conceito tradicional do livro.
As características que distinguem um hipertexto de um texto convencional são:
Nãolinearidade – na qual não há uma ordem ou percurso predefinido a ser seguido. O autor é quem escolhe o percurso que irá seguir. O leitor percorre vários caminhos solicitados no hipertexto sem a observação de uma sequência linear, na qual se valoriza princípio, meio e fim. No hipertexto, a organização do texto não depende de um eixo central que sustenta um conjunto hierarquicamente organizado de informações secundárias; exige que o leitor faça escolhas e solicita, também, que determine tanto a ordem de acesso aos diferentes segmentos disponibilizados no hipertexto, quanto o eixo coesivo que confere um sentido global ao texto lido.
No texto convencional temos a predominância da linearidade, sequenciação, que é uma característica das línguas vernáculas, por exemplo. Convivemos com um tipo de livro que desenvolve as ideias de forma linear, em um esquema de representação mental associativo. Por outro lado, as pessoas raciocinam segundo estruturas que ora podem ser lineares, ora nãolineares, mas operam concomitantemente. A escrita não-sequencial do hipertexto permite representar um conhecimento que captura e articula, simultaneamente, componentes de natureza diversificada.
Interatividade – possibilidade de interromper uma sequência de informações e de reorientar com precisão o fluxo informacional em tempo real. É uma ferramenta para desenvolver e utilizar estruturas, pois apresenta ao usuário uma realização física dos múltiplos enlaces e inter-relações conceituais existentes em um texto, o que só pode ser representado simbolicamente no livro tradicional.
Pluritextualidade – viabiliza a absorção de diferentes aportes sígnicos numa mesma superfície de leitura tais como palavras, ícones animados, efeitos sonoros, diagramas e tabelas tridimensionais, provocando um grande impacto na percepção e processamento da leitura.
Intertextualidade – o hipertexto é um texto múltiplo, que funde e sobrepõe inúmeros textos. Textos simultaneamente acessíveis ao simples toque do mouse. Os links possibilitam um passeio por múltiplos textos, cuja ligação é determinada pelos programadores por meio de uma palavra. O link é uma ponte, um encontro entre produções textuais diferentes que propicia o fim das rígidas fronteiras entre os textos. Os autores dos hipertextos são facilitadores da leitura/navegação e convidam o leitor a construir ativamente seu próprio percurso. Para Xavier (2004), ao atualizar o hipertexto e percorrer seus links, o hiperleitor estará realizando tentativas de compreensão, efetivando gestos de interpretação ou de uso, porque, em última análise, é ele mesmo quem define a versão cabal do que será lido e compreendido.
O texto eletrônico em formato hipertextual e multimidial oferece um novo meio de leitura e de escrita, em que o usuário pode, segundo Alvarez (2002):
- interagir de maneira mais dinâmica com a informação;
- buscar e explorar significados com maior facilidade e eficiência;
- enfrentar o texto desde suas próprias necessidades e expectativas;
- vivenciar a experiência da aprendizagem por exploração e por descoberta.
A escrita eletrônica não se limita aos textos verbais, podendo os elementos de escrita serem palavras, imagens, sons, ações ou processos realizados por computador. Em vez de ler parágrafos, o leitor pode ver cenas em um vídeo, observar uma sequência de fotografias, ouvir uma narração oral ou escutar um fragmento musical.
Outro tipo de divulgação, cada vez mais presente na Internet, são os livros digitais com conteúdo na íntegra. Como exemplo temos os livros na área de TIC no site do Núcleo de Informática na Educação da UNICAMP (NIED), publicações do Grupo de Tecnologia Educacional da Universidad de Sevilha, publicações da TV Escola: guias, revistas e cadernos. Essa tendência de digitalizar ou já se produzir no formato digital todo e qualquer documento para fins de divulgação levará à virtualização total das bibliotecas no futuro próximo. Essa realidade ainda depende da solução de muitos problemas, sendo o principal deles a questão dos direitos autorais.
No site www.virtualbooks.com.br, há livros digitais grátis em português, em inglês e em outras quatro línguas. “Vinte Mil Léguas Submarinas”, de Júlio Verne, “Os Lusíadas”, de Camões. | |||
Som, imagem, texto, vídeo, objetos virtuais de aprendizagem e ferramentas interativas podem ser consultados e usados em http://portaldoprofessor.mec.gov.br/, site do Ministério da Educação. | |||
Outras 18 mil bibliotecas compõem o catálogo do www.libdex.com, no qual há dezenas de endereços virtuais para cada nacionalidade. International Children Digital Library (www.icdlbooks.org) traz publicações digitais ilustradas. | |||
Poesias, contos e romances compõem o acervo online. Nele, autores como Machado de Assis – que tem seus manuscritos digitalizados em www.machadodeassis.org.br – se misturam a escritores menos conhecidos, que têm na Internet uma aliada para popularizar as suas obras. |
Fonte: E-Proinfo
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