domingo, 6 de setembro de 2009

**Fazendo um parêntese**

Disciplina em Sala de Aula
Celso Antunes

Outro dia esperava pacientemente na fila minha vez de ser atendido, quando um outro cidadão, sem mais nem menos, se interpôs à frente e pretextando ser amigo de um dos “pacientes” que a minha frente aguardavam, insurgiu-se w li se instalou, deixando lá trás um mundo de resmungos. Minutos depois, esperávamos todos o elevador chegar e mal a porta se abriu uma matilha alvoroçada ingressou no mesmo, atropelando os que de lá saiam. Não demorou muito, aguardava a hora de embarque e tão logo foi feita a chamada para o voo, uma porção de passageiros desesperados amontoaram-se à frente, deixando crianças, idosos e deficientes, com suposta preferência, entrarem por último. Sorte que os lugares eram marcados e assim não coube aos primeiros o privilégio da escolha. Entrei no voo por último, suspirando aliviado e pensando minha sorte em não estar buscando lugar no metrô, que disputa com maior sofreguidão bem mais passageiros.

Confesso que não me habituo a essa rotina agressiva e acho muito estranho tudo isso, recordando-me de tempos atrás quando havia uma coisa civilizada chamada “fila” que, agora, parece ter desaparecido.

Nada de surpreendente no que acima se relata. Não há morador de cidade grande ou média que não percebe essa evidência, que não sabe de pai que vai a escola reclamar da falta de disciplina e atira cascas de frutas pela janela ou estaciona em mão dupla. Ser empurrado, levar cotovelada, tapa na orelha e xingamento tornou-se comum e quem desejar ficar livre desses assédios que não tente sair de casa. Ou se aprende a empurrar ou se é empurrado cada vez mais. Nada disso parece causar estranheza, mas por paradoxal que possa parecer, existem os que ficam surpreendidos com o avolumar da indisciplina em sala de aula.

A sala de aula é e sempre foi um espaço que expressa continuidade da vida, reflexo do entorno. Se assim não for, não será sala de aula verdadeira, não permitirá que o aluno contextualize em sua existência os saberes que ali aprende. Ora se a sala de aula é reflexo da sociedade e se a sociedade urbana perdeu noção de compostura e disciplina, como esperar que a escola transforme-se em um aquário social, tornando-se diferente da rua? Se aqui se fechasse esta crônica, ficaria por certo uma questão essencial. Quer dizer então que não adianta combater a indisciplina em sala de aula, uma vez que este espaço reproduz a ausência de disciplina que campeia pelas ruas?

A resposta é claramente negativa.

É essencial que se restaure a disciplina em sala de aula, que se faça desse valor um objetivo a se perseguir, não para que a sala se isole da sociedade e também não para que a aula do professor fique mais confortável, mas antes para que ali ao menos se aprenda como tentar modificar o caos urbano que o desrespeito social precipitou. Mas, como fazer isso?

Em primeiro lugar transformando-se a disciplina em um “valor”. Isto é, fazendo com que seja a mesma vista como uma qualidade humana, imprescindível à convivência e fundamental para as boas relações interpessoais. A disciplina não pode, jamais, chegar ao aluno como uma ordem, um castigo, um imperativo que partindo do mais forte, dirige-se ao oprimido em nome de seu conforto pessoal, mas como “produto” de debate, reflexão, estudo de caso e análise onde se descobre a hierarquia de povos disciplinados sobre clãs sem mando ou sobre sociedades oprimidas. A Literatura, a História e a Geografia podem se transformar em espelhos que refletem que a disciplina que se busca não é apenas a que se vê na relação professor x aluno, mas toda aquela que leva um povo à vitória, um ideal à concretização. Depois de uma ampla sensibilização sobre a disciplina enquanto valor humano cabe uma franqueza cristalina na discussão de regras, princípios, normas e fundamentos que são essenciais a todos, ainda que funções diferentes impliquem em regras não necessariamente iguais. Qual a disciplina ideal na opinião dos alunos? Qual na opinião dos professores? Quais regras são boas para todos e quais sanções cabem a quem não as cumpre? Esse diálogo não deve valer somente para se sensibilizar a classe sobre o valor da disciplina, mas para formalizar verdadeiro “contrato” que unindo interesses, exigirá reciprocidade.

Em terceiro lugar um sincero convite para que todos os membros da comunidade – alunos, pais, professores, inspetores, serventes, etc. – ajudem a escola a construir os valores que objetiva. Que se mostre o que a sala de aula está fazendo e o que espera que faça o cidadão, que se busque algumas simples regras para a comunidade que uniformizando a solidariedade, sinaliza, para a construção de um ideal. É a oportunidade para mostrar que o belo e o bom não são questão de preço, mas ação comportamental de uma comunidade. É possível imaginar o efeito de um boicote de clientes contra a instituição pública ou privada que menospreze a disciplina? A construção de regras implica tacitamente na proposição de sanções quando de sua infringência, tal como no esporte o descumprir da regra implica na falta, e estas sanções necessitam menos castigar que orientar menos punir e bem mais relevar o sentido e a significação de se viver em grupos.

Isto mudará o mundo fora da escola, além do entorno e de sua comunidade? Ocorrerá a restauração da fila e o voltar do respeito? Impossível ter certeza, mas ainda sem ela fica a convicção de que se a comunidade não fizer da sala de aula o seu espelho, ao menos os alunos e mestres desta sala a transformarão em abrigo sereno que sonha transformar-se em pequenino modelo para uma comunidade melhor.

03/01/2005

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Os 10 mandamentos do aluno de educação online

• 1. Acesso à Internet: ter endereço eletrônico, um provedor e um equipamento adequado é pré-requisito para a participação nos cursos a distância.

• 2. Habilidade e disposição para operar programas: ter conhecimentos básicos de Informática é necessário para poder executar as tarefas.

• 3. Vontade para aprender colaborativamente: interagir, ser participativo no ensino a distância conta muitos pontos, pois irá colaborar para o processo ensino-aprendizagem pessoal, dos colegas e dos professores.

• 4. Comportamentos compatíveis com a etiqueta: mostrar-se interessado em conhecer seus colegas de turma respeitando-os e fazendo ser respeitado pelo mesmo.

• 5. Organização pessoal: planejar e organizar tudo é fundamental para facilitar a sua revisão e a sua recuperação de materiais.

• 6. Vontade para realizar as atividades no tempo correto: anotar todas as suas obrigações e realizá-las em tempo real.

• 7. Curiosidade e abertura para inovações: aceitar novas ideias e inovar sempre.

• 8. Flexibilidade e adaptação: requisitos necessário à mudança tecnológica, aprendizagens e descobertas.

• 9. Objetividade em sua comunicação: comunicar-se de forma clara, breve e transparente é ponto - chave na comunicação pela Internet.

• 10. Responsabilidade: ser responsável por seu próprio aprendizado. O ambiente virtual não controla a sua dedicação, mas reflete os resultados do seu esforço e da sua colaboração.

Fonte: Unilavras

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Criando personagens virtuais animados

Encontrei uma postagem do Instituto Claro falando sobre o Site Vokis. Este site permite a criação de personagens virtuais (avatares) muito legais! 
Podemos determinar o tipo que queremos (pessoa, animal, políticos, etc.), o modelo de corpo, roupa, cabelo, cor da pele, acessórios, etc. Esses vatares têm movimento e falam de acordo com o texto que introduzimos (esse texto pode ser escrito ou áudio). Também podemos escolher o tipo de voz e o idioma.

O artigo também dá destaque sobre as possibilidades do uso dessa ferramenta na educação:

Destaques para o educador
- Pode ser uma ferramenta interessante para as aulas de idiomas. Em inglês, por exemplo, apresenta a possibilidade de escolher entre os diversos sotaques, como o inglês britânico, australiano e irlandês.

- O avatar criado pode ser inserido em sites, blogs, wikis e enviado por e-mail e até por celular. Além de dinamizar seu uso e potencializar o aprendizado para o qual ele esteja sendo utilizado, este compartilhamento estimula o aluno a perceber a importância de compartilhar o que produz e de apreciar o que é produzido pelos outros, valorizando o que realizou e contribuições que tenha recebido.

- No uso para o ensino-aprendizagem de idiomas, a produção e o envio desses avatares podem ajudar a trabalhar a compreensão auditiva e a pronúncia. Isso porque os alunos recebem esses avatares e ouvem a mensagem que trazem, produzem uma resposta e gravam para enviar ao outro, o que também permite que eles ouçam e analisem sua própria pronúncia.

- Pode ser uma maneira divertida e interessante de trabalhar a produção de textos, com temas como cartas, mensagens, diálogos, personagens contando suas histórias pessoais etc. Alem disso, dá para trabalhar temas de curriculares, como animais falando de suas características e hábitos alimentares e personagens históricos contando sobre o período que vivenciam, e até atualidades, com avatares comentando e analisando notícias.

- Ainda dentro das possibilidades de uso para a construção textual, o avatar pode ajudar os alunos a perceberem como escrevem realmente. Assim, se pontuam mal o texto, podem percebê-lo por meio da entonação do avatar e compreender se o que escrevem se entende corretamente.





Obs.:Eu fiz o avatar acima sem criar conta. Mas é possível criar uma.